Escola Agrovila Central

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

O desenvolvimento social de um aluno com Síndrome de Down em situação de inclusão

Aluno com Síndrome de Down em situação de inclusão

Posted  on: 21/05/2010
Marcos é um aluno de 11 anos de idade, com Síndrome de Down, que frequenta o 4° ano do 1º Ciclo do Ensino Básico numa escola regular.
Aos três anos foi matriculado num Centro de Educação Infantil e não teve problemas de adaptação onde estudou até aos 6 anos.
No início do Ensino Fundamental, aos 7 anos, sua adaptação foi conturbada apresentando comportamentos inadequados. Foi para o 2º ano de escolaridade com muitas dificuldades em todos os parâmetros de avaliação.
Para fazer a inclusão de Marcos, a escola fez adequações no currículo, respeitando seu ritmo e estilo de aprendizagem.
É importante que o processo de ensino-aprendizagem seja ativo e participativo, partindo de suas capacidades e procurando diferentes alternativas.
Desse modo, deve-se planejar trabalhos cooperativos que estimulem o sua participação individual e coletiva.
Para realizar a adaptação curricular em relação ao aluno com Síndrome de Down, deve-se considerar as particularidades que afetam o seu modo de receber e processar a informação. As adaptações curriculares devem se fundamentar em:
1. A percepção.
2. A atenção
3. A memória
4. A lectoescrita
5. A psicomotricidade
6. O raciocínio lógico matemático
Além das adaptações curriculares é imprescindível uma relação saudável com os professores, que são solicitados frequentemente por Marcos, tendo que receber amiúde, reforços positivos. Devem ser exploradas todas as habilidades de Marcos para que ele possa ter oportunidades de desenvolvimento.
Desse modo, nota-se que o ambiente vivido por Marcos, deve ser harmonioso e propício para o seu enriquecimento, uma vez que está perfeitamente integrado na comunidade escolar.
Instrumentos de avaliação
Para realizar uma verdadeira avaliação dos progressos do aluno, assim como de seu nível inicial, nem sempre podemos utilizar os mesmos instrumentos com todas as crianças. Do mesmo modo que não podemos dar a uma criança cega um livro escrito, tampouco podemos avaliar uma criança com Síndrome de Down do mesmo modo que ao resto dos alunos. O uso do exame escrito se limitará àqueles alunos que realmente sabem ler, mas obviamente terá que adaptar-se ao nível de escrita do aluno: estudar-se-á se é melhor aplicar perguntas abertas ou tipo teste, por exemplo:
· Nas crianças menores, serão avaliadas as aprendizagens conseguidas mediante a manipulação, aplicação ou uso dos conteúdos trabalhados.
· Serão feitos exames orais, ou serão pedidos trabalhos ou atividades nas qual o aluno demonstre o que conhece.
· Os alunos com Síndrome de Down têm dificuldades na generalização das aprendizagens, de maneira que não os avaliaremos sempre do mesmo modo nem com os mesmos materiais, já que é possível que tenham aprendido em um determinado contexto, sem capacidade para generalizar para outras situações.
· Finalmente dizer que é fundamental a avaliação contínua, e não apenas determinar se um aluno sabe ou não sabe pelo que demonstre em um dado momento, tem que ser ao longo de todo o curso.
A escola onde Marcos estuda, reformulou sua proposta pedagógica ao nível do desempenho do aluno, da avaliação educacional e ao nível das áreas curriculares (cognição, linguagem, motricidade, autonomia e socialização nos anos seguintes.
FATORES QUE FACILITAM O APRENDIZADO
VISÃO:
- Coloque o aluno mais à frente
- Escreva com letras maiores
- Faça apresentações simples e claras
AUDIÇÃO:
- Coloque o aluno mais à frente
- Fale diretamente ao aluno
- Reforce o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
- Reforce o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos, objetos
- Escreva novo vocabulário no quadro
- Quando outros alunos responderem, repita suas respostas alto
- Diga de outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido mal-entendida
SISTEMA MOTOR FINO E GROSSO:
- Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras melhoram com a prática.
- Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar, apertar, construir, etc.
- Usar um grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.
DE FALA E DE LINGUAGEM:
- Dar tempo para o processamento da linguagem e para responder.
- Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.- Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
- Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a pronúncia.
- Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
- Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais. Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar espontaneamente.
- O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “ novidades”.- Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades auditivas
CONCENTRAÇÃO:
- Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
- Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo lugar.
- Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais tempo.- Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa ou precisa dar um tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso encoraja a escolha dentro de uma situação estruturada. Deixar que outra criança participe é uma boa maneira de encorajar amizade e cooperação.
  • Obs:
    É importante que, todo material deve ser motivador e guia para o processo de ensino aprendizagem. Também deve:
  • Adaptar-se à idade dos alunos.
  • Ser seguro.
  • Ser resistente e duradouro.
  • Ser de fácil manejo.
  • Ser atrativo.
Para saber mais acesse:
A professora utilizou diferente estratégias para seu desenvolvimento a boa capacidade de Marcos na inter-relação com a comunidade escolar, e empenhando-se em acompanhá lo. Para trabalhar com os aspectos negativos de seu desenvolvimento cognitivo, linguagem expressiva (oral e escrita) e ainda algumas dificuldades na motricidade fina, selecionou alguns jogos e brincadeiras integrando no planejamento de aula.
PRÁTICAS DE SALA DE AULA
ESTRATÉGIAS
Decida quando a criança deve trabalhar:
- Em atividades com toda a classe.
- Em grupo ou em pares na classe.
- Em grupo ou em pares numa área afastada.
- Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.
Decida quando a criança deve ficar:
- Sem apoio.
- Com apoio dos colegas.
- Com apoio do professor assistente.
- Com apoio do professor da turma.
- Faça um Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas que necessitem atenção.
- Produza uma grade de horários visualmente atraente para que a criança entenda a estrutura do seu dia.
LEITURA
A leitura pode portanto ser usada para:
- Ajudar o entendimento.
- Ajudar a acessar o currículo.
- Melhorar as habilidades de fala e linguagem.
ESCRITA
Áreas de especial dificuldade:
- Colocar as palavras em sequência para formação da frase.- Colocar eventos-informação em sequência na ordem correta.
Jogos e brincadeiras
Temas: Atividades:
Atividades domésticas- Brincar de casinha, cuidados com a prole, brincar de família.
Acontecimentos sociais
domésticos ou micro-sociais-
 Casamentos, batizados, aniversários, velórios, enterros, etc.
Acontecimentos sociais não 
domésticos ou macro-sociais- Missas, passeatas, festa junina, rodeios, etc.
Papéis sociais- Profissões, médico, professora, etc.
Aventura- Brincadeiras de heróis, tesouro, monstros, guerra, polícia e ladrão, etc
Transportes - Dirigir carros, avião, ônibus, trem, etc.
Esportes- Jogos como futebol, camping e pescaria.
Edificações- Construção de casas, castelos, bolos, estradas.
Manipulação de objeto/
brinquedo com indícios de faz-de-conta- Quando a criança manipula o objeto ou brinquedos temáticos, utilizando as suas funções padronizadas socialmente, não se percebendo um tema explícito que indique a imersão dela em um episódio de faz-de-conta.
Representações apoiadas
em imagens e letras- Inclui episódios de leitura simulada (revistas em quadrinhos e livros infantis) que têm imagens e letras, conversa com a imagem no espelho (quando não conseguimos deduzir qual papel está sendo representado pela imagem no espelho, apesar de notarmos pelo gestos e expressões faciais da criança-participante uma interação com a mesma) e conversa com gravuras e fotos das revistas (apenas imagens de objetos, animais, pessoas, etc.).
Fonte: inclusaoetecnologiasassistivas.blogspot.comhttps://inclusaoaee.wordpress.com/2010/05/21/o-desenvolvimento-social-de-um-aluno-com-sindrome-de-down-em-situacao-de-inclusao/

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